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domingo, 21 de novembro de 2010

cibernética no metrô

São Paulo recebeu uma mostra de ciberarte que ocorreu dentro das estações de metrô da cidade. As obras promoviam uma saída da rotina ao colocar o público como parte produtora e fruidora da arte, não somente como espectador, em um ambiente urbano e cotidiano. Dentre as obras, se destacaram:

Reflexão #3: A obra é de Raquel Kogan, 2005. Nesta instalação é projetada uma imagem com várias sequências numéricas sobre uma parede dentro de uma sala escura. A imagem, por sua vez, é refletida em um espelho dágua no chão. A obra é interativa, já que os visitantes podem acionar um teclado que regula a rapidez dos movimentos da projeção. Cria-se, assim, um movimento contínuo, mas nunca repetido, como se os números subissem de um espelho a outro, sucessivamente.



Text Rain: Conforme diz seu título, é uma "chuva" de letras. Em um efeito extremamente interessante, os usuários poderão formar palavras com as letras que forem se acumulando na projeção de seus corpos.Se um participante acumular letras o bastante ao longo de seus braços estendidos, ou ao longo da silhueta de qualquer outro objeto, pode formar uma palavra inteira, ou mesmo uma frase. As letras em queda não são aleatórias, mas dão forma aos versos de um poema sobre o corpo e a linguagem. A obra é de Camille Utterback e Romy Achituv, 1999. Com sua presença e movimentos corporais, os visitantes podem interferir na animação.


Les Pissenlits: Um jardim virtual com sementes de flores de dentes-de-leão, que poderão ser "sopradas" na Estação Paraíso, estará aberto para os visitantes da instalação Les Pissenlits, obra dos autores Edmond Couchot e Michel Bret. A duração do sopro do visitante dá o movimento às flores.


O interessante dessas obras é como elas se configuram de forma a integrarem com um espaço urbano e que faz parte do cotidiano das pessoas. Seria só mais um lugar, por onde se passa, e a ciberarte consegue alcançar e reconfigurar como um espaço de fruição cultural. As obras acompanham uma tendência crescente de promover a interação entre a arte e o público.

Os artistas continuam a despojar a iconografia do gênero, submetendo-a à abstração, “coisificação”, ampliação e multiplicação, fotografia, filmagem e digitalização. A naturezamorta se mostrou um gênero pictórico flexível, capaz de adaptar-se tanto a mudanças na cultura e no pensamento, como a uma grande variedade de interpretações técnicas.

Aspectos do retrato ou do auto-retrato também podem ser identificados nas instalações interativas por utilizarem o interator como motor para as poéticas se concretizarem no interior de seus espaços. É a partir do gesto, da imagem ou da ação do interator que a obra-dispositivo é acionada. O interator tem a sensação de participar de um auto-retrato digital, incorporando a sua imagem aos conceitos apontados pela estética contemporânea como: fragmentações, novos pontos de vista, gênero e sexualidade, identidade efêmeras, possibilidades genéticas e tecnológicas.

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