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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

cyborg sex manual

É uma animação digital feita por Wyrzkowski do grupo C.U.K.T. que simula sexo entre cyborgs, que vão se tornando humanos conforme desenvolvem posições inspiradas em Kama Sutra.

O C.U.K.T., grupo que já realizou intervenções em clubes noturnos da Polônia partindo da hipótese de que cyborgs já viviam entre os humanos, as “tecnoperas” – combinação de performance, cinema e música eletrônica. Na ocasião, os artistas realizaram uma pesquisa, através de questionário, para descobrir a existência de cyborgs na platéia. Sempre que perguntado sobre o resultado da pesquisa, Wyrzkowski ironiza e diz que 99% das pessoas eram cyborgs. “Quem não era rejeitava a música eletrônica.”

"Vivemos numa época de imenso progresso científico e tecnológico, situação que gera novas condições para estabelecermos contatos com o mundo. A tecnologia continua a alterar o ambiente e, apesar de muitas novidades terem ficado para trás, não chegamos ao fim da linha: as transformações ocorrerão de maneira ainda mais acelerada. Essas alterações exercem grande influência na psicologia, mentalidade e fisiologia humanas, além de aumentarem a pressão sobre os corpos e os relacionamentos. O processo foi de tal forma arrebatador e complexo que muitos de vocês, sem perceber, alcançaram status de cyborg", criador da obra Piotr Wyrzykowski (também conhecido como Peter Style).



O processo interativo é trazido ao nível consciente, suspendendo dessa forma a redução do conceito de interatividade ao clique do mouse. O espaço físico é preenchido por um campo elétrico invisível que reage à capacidade elétrica do corpo humano. Assim, a interação mostra a onipresença do meio eletrônico fluido. A interface baseada em gestos é um desenvolvimento recente do Laboratório MARS com base no princípio da percepção do campo elétrico (electric field sensing)”, Monika Fleischmann e Wolfgang Strauss.

Para ver o site oficial do projeto, clique aqui.

domingo, 21 de novembro de 2010

cibernética no metrô

São Paulo recebeu uma mostra de ciberarte que ocorreu dentro das estações de metrô da cidade. As obras promoviam uma saída da rotina ao colocar o público como parte produtora e fruidora da arte, não somente como espectador, em um ambiente urbano e cotidiano. Dentre as obras, se destacaram:

Reflexão #3: A obra é de Raquel Kogan, 2005. Nesta instalação é projetada uma imagem com várias sequências numéricas sobre uma parede dentro de uma sala escura. A imagem, por sua vez, é refletida em um espelho dágua no chão. A obra é interativa, já que os visitantes podem acionar um teclado que regula a rapidez dos movimentos da projeção. Cria-se, assim, um movimento contínuo, mas nunca repetido, como se os números subissem de um espelho a outro, sucessivamente.



Text Rain: Conforme diz seu título, é uma "chuva" de letras. Em um efeito extremamente interessante, os usuários poderão formar palavras com as letras que forem se acumulando na projeção de seus corpos.Se um participante acumular letras o bastante ao longo de seus braços estendidos, ou ao longo da silhueta de qualquer outro objeto, pode formar uma palavra inteira, ou mesmo uma frase. As letras em queda não são aleatórias, mas dão forma aos versos de um poema sobre o corpo e a linguagem. A obra é de Camille Utterback e Romy Achituv, 1999. Com sua presença e movimentos corporais, os visitantes podem interferir na animação.


Les Pissenlits: Um jardim virtual com sementes de flores de dentes-de-leão, que poderão ser "sopradas" na Estação Paraíso, estará aberto para os visitantes da instalação Les Pissenlits, obra dos autores Edmond Couchot e Michel Bret. A duração do sopro do visitante dá o movimento às flores.


O interessante dessas obras é como elas se configuram de forma a integrarem com um espaço urbano e que faz parte do cotidiano das pessoas. Seria só mais um lugar, por onde se passa, e a ciberarte consegue alcançar e reconfigurar como um espaço de fruição cultural. As obras acompanham uma tendência crescente de promover a interação entre a arte e o público.

Os artistas continuam a despojar a iconografia do gênero, submetendo-a à abstração, “coisificação”, ampliação e multiplicação, fotografia, filmagem e digitalização. A naturezamorta se mostrou um gênero pictórico flexível, capaz de adaptar-se tanto a mudanças na cultura e no pensamento, como a uma grande variedade de interpretações técnicas.

Aspectos do retrato ou do auto-retrato também podem ser identificados nas instalações interativas por utilizarem o interator como motor para as poéticas se concretizarem no interior de seus espaços. É a partir do gesto, da imagem ou da ação do interator que a obra-dispositivo é acionada. O interator tem a sensação de participar de um auto-retrato digital, incorporando a sua imagem aos conceitos apontados pela estética contemporânea como: fragmentações, novos pontos de vista, gênero e sexualidade, identidade efêmeras, possibilidades genéticas e tecnológicas.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

re-trato

A instalação interativa Re-trato, realizada pelo grupo SCIArts, re-elabora o processo de percepção visual humana, partindo de um sistema cartesiano de observação. É um sistema de re-modelagem da perspectiva do olhar, permitindo que o observador veja outros pontos de vista de si mesmo.

Entre quatro totens equipados com câmeras e monitores trocados, o participante olha para o monitor mas não vê seu rosto frontalmente como num espelho, mas sim sua nuca ou seu perfil. Em nenhum momento consegue observar dois monitores ao mesmo tempo. Encontra sempre um ponto de vista que não é o da imagem usual do espelho.

As instalações são também possíveis ambientações de cenas por se tratarem de espaços planejados para que algo ocorra. As instalações interativas em espaços urbanos por exemplo, convidam o espectador a re-criar a cena cotidiana e a participar dela. Estão presentes essas cenas animadas aspectos da arte e da vida contemporânea como a fragmentação, o deslocamento, a não-linearidade e as rupturas.

Participação: Fernando Fogliano, Luiz Galhardo, Milton Sogabe, Rejane Cantoni, Renato Hildebrand e Rosangella Leote.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

atrator poético

Atrator Poético" é uma instalação multimídia interativa originalmente concebida pelo SCIArts - Equipe Interdisciplinar. Posteriormente a instalação foi finalizada em parceria com o músico Edson Zampronha.
O diálogo entre imagem e som com o ferro-fluído (um líquido magnético que se conforma ao campo formado por bobinas eletromagnéticas) e a interação com o público constroem a poética da obra.
A interferência do público na imagem produz construções sonoras e a movimentação do ferro-fluído. A imagem dessa movimentação é captada por uma câmera e é projetada numa superfície circular.
A imagem projetada se torna a interface para a modificação do ferro-fluído e dos sons. O público toca na superfície de projeção, circula em torno dela e gera imagens que parecem constelações, formas que surgem e desaparecem, ouve sons associados à imagem, e quando percebe que as imagens projetadas têm relação com o que acontece com o ferro-fluído no totem, volta para observar as formas do ferro-fluído, percebendo o processo e refazendo o percurso.



Novamente podemos falar de rituais. Neste caso, propõe-se associar a movimentação das mãos dos visitantes a imagens do movimento de um elemento químico. Ao se sentir um co-criados de imagens constelações, o visitante se percebe um ser ativo, integrante de um sistema vivo.

& Lúcia Leão (PUC-SP)
Corpos mapeados, corpos cíbridos e nômades plugados

i'mito zapping zone

Alguns projetos da ciberarte ressusitam antigos rituais. O trabalho de Diana Domingues, I'Mito: zapping zone, apresentado no evento Emoção Art-Ficial 2.0 - Divergências tecnológicas, do Itaú Cultural, coloca questões como corpo, consumo, interatividade e rituais. O Projeto evoca tanto os mitos que povoam a interatividade cultural como os meios de comunicação de massa e permite que o visitante construa uma narrativa a partir de signos da cultura.
“I’Mito: zapping zone”
, explora a fabricação de identidades sintéticas, a partir de uma base de dados de vinte mitos ou personalidades, em computação evolutiva, com algoritmos genéticos e buscas na rede que determinam o estado emergente da sala.
O espaço físico de uma sala, recoberta por objetos de consumo, constrói um ambiente marcado pelo excesso, numa espécie de zapping zone entre o matérico e imaterial, o efêmero e o permanente, o mutante e o estável, o analógico e o digital, o código e a imagem. O sistema permite misturar qualidades gráficas, textuais e sonoras que caracterizam mitos da história da humanidade. Em estados de emergência pode-se passar do objeto físico na sua materialidade, ao máximo da abstração das palavras, até imagens modeladas, e o gráfico cru dos algoritmos. Hibridizações e mutações são desencadeadas no sistema. Palavras buscadas na Internet constróem textos com dados da identidade dos mitos na rede mundial.



Fonte: Lúcia Leão (PUC-SP)
Corpos mapeados, corpos cíbridos e nômades plugados