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quarta-feira, 1 de setembro de 2010

hug shirt

Quando falamos de "Hug shirt" estamos falando de wearable computers, que são, literalmente, computadores vestíveis. Neste caso, o suporte escolhido pelos artistas (Francesca Rosella e Ryan Genz) é uma peça básica do vestuário: uma camiseta. O dispositivo possui tecnologia bluetooth para conectar-se ao celular do usuário e, assim, ambos configuram um sistema de comunicação capaz de trocar sensações físicas, como um abraço, apesar da distância entre os participantes.
Os dispositivos vestíveis, diferentemente de outras interfaces, criam a possibilidade de os usuários acionarem as funções abstratas de lógicas matemáticas e/ou computacionais de outras características sensoriais -não apenas visuais ou sonoras-, formalizando assim outras formas de deleite e de uso. Na "Hug shirt", essa possibilidade acontece claramente, pois a camiseta e seus componentes eletromecânicos estão sobrepostos diretamente ao corpo do usuário e atuam como mediadores entre os estímulos sensórios e software. A interface eletrônica atua, assim, como uma segunda pele, pois, a partir das leituras dos sensores -dados de caráter biofisiológico-, elementos de comunicação não-verbal são de caráter comunicacional e evocam experiências mais viscerais e não apenas visuais.
A "Hug shirt" cria uma nova forma de interação homem-máquina. Os artistas idealizaram a obra de tal forma que programaram os computadores para considerar diferenças culturais, sociais, afetivas diante de vários tipos de abraço que podem ocorrer, como um abraço de irmão, de mãe, de namorado. Este computador vestível atribui a uma peça de roupa do cotidiano funções intimamente ligadas à relação humana. Por que não descrevê-la como uma humanização da máquina? Afinal, nada mais humano que um abraço.

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